Hoje em dia é praticamente difícil encontrar um adolescente que não tenha um smartphone. No entanto, o excesso de telas entre jovens pode causar puberdade precoce.
Quer saber como o uso dos aparelhos estão influenciando o crescimento dos jovens? Então, confira agora como o excesso de telas entre jovens pode causar puberdade precoce. Veja!
Afinal, como o excesso de telas entre jovens pode causar puberdade precoce?
Em primeiro lugar, é importante destacar que usar o aparelho de celular por muito tempo pode trazer sérios prejuízos para a saúde.
No entanto, a novidade é que a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e publicou um artigo cientifico na revista científica Healthcare que contou que o uso prolongado de telas pode prejudicar a saúde da coluna.
E se você imagina que isso aconteceria em caso de uso prolongado por muitas horas, saiba que os prejuízos já começam a ser sentidos a partir de apenas três horas por dia.
Afinal, uma série de fatores influenciam, como:
- a pouca distância entre o equipamento eletrônico e os olhos,
- posição deitada de prono (de barriga para baixo) e
- usar o smartphone na posição sentada.
Vale destacar ainda que o foco do estudo foi a chamada dor no meio das costas (thoracic back pain, ou TSP).
Como o estudo foi feito
Para chegar a essa conclusão, os cientistas avaliaram:
- 1.628 estudantes de ambos os sexos
- entre 14 e 18 anos de idade,
- matriculados no primeiro e segundo ano do ensino médio no período diurno,
- na área urbana do município de Bauru (SP),
- por meio de um questionário entre março e junho de 2017.
Pandemia
Dessa forma, é bom lembrar que TSP é comum em diferentes grupos etários na população mundial.
Nesse sentido, essa condição deve afetar de 15% a 35% dos adultos e de 13% a 35% de crianças e adolescentes.
Por outro lado, com a pandemia do covid-19, as crianças e adolescentes estão cada vez mais usando aparelhos eletrônicos, inclusive, trocando as atividades físicas por jogos online.
Assim, é comum que eles adotem posturas inadequadas por tempo prolongado, causando dores na coluna vertebral.
Classificação de uso
Vale destacar que, para entender melhor o tipo de uso do seu adolescente, temos algumas classificações:
- baixo (menos de 3 horas/dia),
- médio (acima de 3 horas/dia até 7 horas/dia) e
- alto (acima de 7 horas/dia), considera o pesquisador.
Por outro lado, por conta da pandemia e os estudos online, houve um aumento dessa condição.
No entanto, ainda não há estudos específicos sobre isso.
“Podemos supor que aumentou, devido à atividade escolar em casa, no entanto não há dados sobre isso. Estamos organizando um estudo multicêntrico que será realizado em cidades de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e do Rio Grande do Sul”, informou o pesquisador.
Fatores e tratamentos
Dessa forma, é bom destacar que a TSP tem tratamento, diz o professor.
“Há vários tipos de tratamentos como, por exemplo, a reeducação postural global, o pilates e a fisioterapia baseada em recursos eletrotermofototerapêuticos: ultrasom, laser, entre outros”.
Além disso, existem diversos fatores de risco do uso prolongado do smartphone, como:
- físicos,
- fisiológicos,
- psicológicos e
- comportamentais ou uma combinação deles podem estar associados à TSP.
“As dores musculoesqueléticas, como na coluna torácica, lombar e cervical, são multidimensionais”, explica o pesquisador.
“Os fatores físicos (carteiras inadequadas, mochilas com peso acima do recomendado e outros), comportamentais (utilizar os equipamentos eletrônicos acima de três horas por dia, posturas inadequadas) e os fatores de saúde mental (sintomas emocionais, stress etc) estão associados a essas dores”.
Puberdade precoce
Entre os riscos verificados pelo estudo há a aceleração da puberdade que é um estado natural do corpo humano.
No entanto, o que deveria acontecer mais tarde tem ocorrido a partir dos 8 anos de idade em meninas e 9 anos em meninos.
Ou seja, enquanto as crianças deveriam estar brincando de boneca já precisam lidar com toda a transformação hormonal em seus corpos.
Entre as causas mais prováveis dessa situação, temos:
- Ganho de peso,
- Consumo excessivo de alimentos ultraprocessados e
- Sedentarismo estão entre as principais causas.
Acontece que há ainda um outro fator em destaque: o uso das telas por períodos prolongados.
Isso porque, de acordo com o resultado de uma pesquisa apresentada durante a 60ª Reunião Anual da Sociedade Europeia de Endocrinologia Pediátrica, a puberdade precoce pode estar sendo estimulada pela alta exposição às telas, como tablets e celulares.
“Estudos mostram que a luz azul das telas diminui a produção de melatonina, hormônio relacionado ao ciclo do sono. A menor produção de melatonina pode ser um sinal para o corpo de que já está na hora de entrar na puberdade. Além disso, o ganho de peso e a ansiedade que podem estar associados ao excesso no uso de telas também alteram a produção de determinados hormônios como a leptina e a serotonina, que podem ocasionar a puberdade de forma precoce”, explica a endocrinopediatra do Sabará Hospital Infantil, Paula Baccarini.
Rotina
Para reverter essa situação, é fundamental que as crianças tenham uma rotina adequada com a sua idade, com hábitos saudáveis.
Ou seja, ter uma alimentação mais natural, incluindo a atividade física, e reduzir a exposição à tela.
“É importante lembrar que a criança aprende com o exemplo dos pais. Então, é fundamental que o controle do tempo de tela seja de toda a família e não apenas da criança,” completa.
Para isso, a endócrino ainda dá outra sugestão:
“Criar rotinas como hábito de leitura, brincadeiras recreativas, jogos de tabuleiro, desenho, quebra-cabeças. Além disso, usar o fim de semana para reunir a família fora de casa, se possível em contato com o sol e a natureza podem ajudar”, sugere a endócrinopediatra.
O que fazer em caso de puberdade precoce?
Em primeiro lugar, é preciso ficar atento aos sinais de puberdade precoce que possui os seguintes sintomas:
- aparecimento do broto mamário,
- desenvolvimento de pelos pubianos,
- crescimento acelerado e
- surgimento de acne.
Assim, caso você perceba esses sinais, é bom procurar um endocrinologista pediátrico para fazer o diagnóstico, identificar a causa e avaliar a necessidade de tratamento.
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Dessa forma, agora que você sabe tudo sobre como o excesso das telas está influenciando o crescimento e desenvolvimento das pessoas, que tal observar melhor a relação do seu filho com o smartphone?
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